Falar Inglês Te Conecta Com Outras Histórias
Vou começar o post de hoje contando um pouquinho sobre a nossa história. A The Immersion House foi criada por um grupo de amigos, com backgrounds diferentes, mas com o mesmo sonho: um centro de imersão de línguas de excelência, onde cada imersionista não só cresce no aprendizado de uma segunda língua, mas também como um indivíduo, de forma holística. O slogan da The Immersion House, Conectando Histórias, veio porque acreditamos no aprendizado comunitário, onde histórias são contadas e vidas conectadas.
Contar a nossa história é algo poderoso. Ela nos dá uma voz. Ela nos conecta através da vulnerabilidade que é contada na história. Ela traz empatia. As vezes podemos pensar “Por que haveria de contar a minha história? O que tem de tão especial nela? Eu sou apenas mais um(a) dentre quase 8 bilhões de pessoas.” Porém, a nossa voz é única. O que vivemos é único. O nosso passado é único. As vitórias e derrotas que temos são únicas. As alegrias e tristezas também. Então, eu pergunto: “Por que não haveria de contar a minha história para encorajar, inspirar, ter mais empatia e me conectar com outras pessoas?”.
Nós acreditamos tanto no poder de contar uma história que ela está no nosso método desde a primeira lição. Nosso aluno aprende a falar sobre si mesmo, sua infância, sua adolescência, seu primeiro emprego, seus dias de escola e de faculdade, sua família, sua cidade natal, seu emprego atual, seu desenvolvimento de carreira. Nosso aluno não vai aprender inglês contando a história fictícia do John ou da Mary. Nosso aluno aprende a usar a sua voz em inglês e se prepara para compartilhar a sua história com o mundo todo.
Por isso, deixo esse desafio aqui: conte a sua história! Tome posse da sua voz! Conecte-se com o mundo! Inspire pessoas com a sua vida!
Porque o Ensino de Idiomas Precisa Mudar – Parte 2
O ensino de idiomas é uma pratica milenar. Com a globalização, a busca pelo aprendizado de outras línguas ficou ainda mais intensa, com destaque para o inglês. No último artigo eu mostrei como o inglês continuará sendo a principal língua mundial nas mais diversas áreas. No Brasil, porém, alguns fatos ainda fazem com que haja escassez de pessoas fluentes em inglês: baixa exposição à turistas, sistema educacional inadequado, aprendizado tardio. Por isso, é muito comum pessoas na fase adulta buscarem escolas de idiomas para conseguir a tão sonhada fluência no idioma.
Não é à toa que o Brasil tem o maior mercado de escolas de inglês do mundo, porém isso não tem ajudado com a mudança do quadro no número de fluentes. Já há algum tempo os consumidores têm procurado alternativas para aprender de modo eficaz. Por exemplo, segundo a BELTA no ano de 2019 os gastos de brasileiros com intercâmbio foi de 1 bilhão de dólares. Com a ineficiência desses programas e com a pandemia, o ano de 2020 viu um grande crescimento nos cursos online por meio de plataformas que têm abocanhado uma grande fatia deste mercado. Um exemplo é Pearson que desenvolveu o curso online como um “paliativo” para não perder alunos e com isso criou um novo segmento na empresa.
Os cursos online vieram para ficar. Mas a pergunta é: quanto isso afetará realmente o ensino e o quanto seremos capazes de mudar uma vez por todas o cenário da fluência no Brasil? Enquanto não reavaliarmos os fundamentos da educação e consequentemente do ensino de idiomas no Brasil, vamos mudar o meio que poderá até aumentar o faturamento de quem tem grande presença no mercado, mas isso não fará diferença nenhuma.
Se quisermos de fato ver esses avanços, escolas de idiomas e edutechs precisam como se diz em inglês “go back to the drawing board” e se reinventar. Afinal o que temos hoje são escolas usando plataformas com tecnologia do século XXI, com professores que tem uma visão de mundo do século XX usando metodologia do século XIX.
Algumas mudanças que precisamos implementar no modelo de ensino incluem:
- Foco da aula no aluno, não no professor ou no currículo: Não se engane, o currículo é importante, mas ele funciona como uma caixa de ferramentas que pode ser adaptada e mudada sempre que necessário para ajudar o aluno a atingir seus objetivos. Se o aluno não entende a necessidade de um conteúdo ou de um treino, ele não conseguirá fazer o processo de aquisição, desenvolvimento e abrangência da língua, o que é fundamental na aquisição do inglês. No processo de aprendizagem é o aluno que precisa dar o show. O professor precisa tirar o avental de professor e se comportar como um coach ou um mentor. Nós damos as ferramentas, mostramos o caminho e deixamos os alunos brilharem. Por isso trabalhamos com currículo invertido. Começamos perguntando: onde o queremos levar esse aluno? Que habilidades ele precisa desenvolver para chegar lá? Quais são os treinos mais eficazes para esse aluno? Como vamos envolver esse aluno no processo de tomar posse do seu processo de aprendizado?
- Propósito: É fundamental perguntarmos para nós mesmos: por que eu decidi ter um negócio de idiomas? Não só isso, mas precisamos levar o aluno a pensar: Por que eu quero aprender inglês? Aprender um segundo idioma, especialmente na fase adulta requer uma boa dose de perseverança, vulnerabilidade e bom humor. Mas para que isso aconteça, o aluno precisa ter mais do que o desejo de uma promoção por conta do inglês. É necessário um senso de propósito. É isso que leva as pessoas a estudar inglês. Gostar de tentar, se expor, ouvir, imitar, ler, escrever. E o prazer está não no que você pode conquistar com isso, mas está nisso mesmo. Como disse Antoine de Saint-Exupéri: “Se você for estiver em uma ilha em que as pessoas nunca saíram de lá e que nem sabe que existem barcos e quiser ensiná-las a construir um barco, não comece ensinando engenharia naval, mas ensine sobre a beleza dos oceanos, as aventuras que nos esperam, os continentes a serem conquistados, e quando eles estiverem apaixonado por essas possibilidades eles estarão prontos a aprender qualquer coisa para construir um barco.
- História: Aprender regras gramaticais não é algo natural para o cérebro. Mas nosso cérebro foi programado para ouvir e contar histórias. As histórias construíram a humanidade como conhecemos. Bons mentores não são apenas bons contadores de histórias, mas são bons guias no processo de ensinar seus mentoreados a contarem suas histórias. Pessoas não aprendem uma língua estudando listas de verbos, mas contando suas histórias. Essas histórias geram conexão, memorização, sentido, e são tão importantes que quando focamos nelas perdemos o medo de errar. Isso aumenta nossa probabilidade de nos autocorrigirmos de modo suave e natural e de ampliarmos nosso vocabulário uma vez que uma mesma história pode ser contada diversas vezes acrescentando novos detalhes.
- Micro-aprendizado: Não adianta reproduzir a aula que foi feita há décadas em uma sala de aula achando que agora por um passe de mágica os alunos vão aprender. Os alunos precisam imergir na língua e também de um processo que os ajude a criar hábitos. Charles Duhhig, em seu livro O Poder do Hábito, mostra como hábitos estão alocados na parte mais permanente da memória. O micro-aprendizado ajuda o aluno a praticar mais vezes em “chunks” ou pedaços de treino, o que leva a se criar o hábito de treinar inglês constantemente. Com o tempo, essa prática vai levar o novo idioma a ficar sedimentado na memória de longo prazo e a ser algo quase tão natural quanto o primeiro idioma.
- Comunidade: A ideia de que um aluno pode aprende mais com aula um a um do que em grupo, mesmo quando o professor é nativo, é uma falácia. Comunicação é algo para ser feito em grupo. Não existe nenhum estudo sério que diga que o aluno aprende melhor se tiver aulas particulares, nem existe estudo dizendo que ter aulas com nativos é mais eficaz. Acredite, não é. Uma das necessidades de aprendizado apontadas por Willian Glasser em seus estudo sobre Choice Theory é a necessidade de pertencimento. Quando você faz parte de um grupo, quando você tem pessoas que são companheiros de jornada que te acolhem, te apoiam e juntos compartilham a mesma luta, você passa a ter uma vantagem competitiva. Grupos com dinâmicas eficazes geram mais empatia, mais prática, mais suporte e isso aumenta a sua probabilidade de continuar até atingir seus objetivos. Cursos online geralmente falham porque não conseguem criar esse tipo de comunidade. Muitos cursos não passam de vídeos em plataformas com PDFs, mas para termos um processo eficaz, o fator humano e de conexão é insubstituível.
- Gamificação: As pessoas precisam ser desafiadas, ter sua curiosidade despertada, e seu ímpeto posto à prova. O processo de gamificação, quando feito de maneira saudável, tira o aluno da rotina, aumenta seu prazer, e com uma boa dose de dinamismo gera nele estados de fluxo de energia mental que faz com que ele possa chegar a treinar por horas sem se sentir entediado. Estudantes precisam ser tirados da zona de conforto, mas se eles têm a sensação de que algo é difícil demais ou fácil demais, eles não terão motivação pra continuar. Processos gamificados fazem com que os alunos estejam pensando no treino mesmo fora do treino, procurando soluções, alternativas e novas maneiras de fazer algo. Quando isso acontece, o aumento à exposição de um conteúdo é natural, sem que ele tenha que estar sentando em uma sala de aula ou fazendo lição de casa.
- Soft skills: Os soft skills, ou habilidades sócio emocionais são de grande importância para o desenvolvimento do aluno. De novo, foi-se o tempo em que era suficiente treinar verbos e ouvir os diálogos do Paul e da Mary em sala de aula. Pesquisas feitas em universidades da Ivy League nos Estados Unidos mostraram que o estresse, a ansiedade e o medo eram os principais fatores para os estudantes não aprenderem um segundo idioma.
Treinos que incluem habilidades de inteligência emocional, mindfulness, empatia, vulnerabilidade, resiliência, entre outros, aceleram a confiança, a capacidade de se expor e a motivação do aluno no processo de aprendizado. Não só isso, mas o aluno precisa receber recursos e ferramentas que lhes dêm transcendência. Isso não vem apenas de ter sessões de meditação em uma aula, na verdade isso vem por estimular o aluno a treinar com pessoas que sabem menos que ele, servir auxiliando de forma voluntária em um projeto social, ouvir e contar histórias, dar e receber feedbacks, desenvolvimento de meta cognição e por uma consciência clara de como o cérebro funciona e como lidar com a ansiedade e medo.
Essas são algumas das mudanças que o ensino online e híbrido precisam implementar urgentemente e se não o fizermos, corremos o risco de termos apenas adaptado nossa aula que um dia foi dado em retroprojetor, fita-cassete e com folha cheirando álcool saindo do mimeógrafo para a tela de um celular e um aplicativo. Não basta apenas mudar o meio, tem que mudar a essência.
É por isso que nós na The Immersion House temos nos dedicado a cada dia para aprimorar os processos, implementar novos recursos e afinar nosso método para oferecer uma experiência de estado da arte para os nossos alunos usando uma abordagem multidisciplinar em nosso método NELF que envolve Neurociência, Espiritualidade, Linguística e Fonoaudiologia. Com um estudo epistemológico e cognitivo unido a observação empírica, estamos a cada dia melhorando e criando métodos que nos colocam na vanguarda do processo de formação de bilíngues que em pouco tempo será amplamente divulgado e democratizado para que qualquer pessoa tenha acesso ao grupo de pessoas que se apresentam como fluentes em inglês.
Teacher Sam
Porque o Ensino de Idiomas Precisa Mudar
O Brasil é o campeão mundial em número de escolas de inglês, desde as franquias tradicionais até os cursos que amontoam as redes sociais nos dando a promessa da solução definitiva para aprendermos. Os métodos são os mais variados, desde como aprender inglês dormindo, até métodos usando técnicas de hipnose e neurolinguística. Não estou questionando os métodos em si, mas uma coisa é fato: as pessoas estão procurando alternativas para o aprendizado de inglês em um mercado em que há intensa competição, sem, contudo, termos resultados visíveis da eficácia destes cursos. Não é incomum ouvirmos professores em seus lançamentos dizerem que ensinaram milhares de pessoas, levando-as à fluência. O problema é que a conta não fecha, afinal, ainda temos um terrível déficit na formação de pessoas fluentes em inglês.
Mas aprender inglês ainda é importante?
De acordo com uma pesquisa publicada pelo CEFR na Inglaterra, nos próximo dez anos teremos um crescimento mundial no aprendizado da língua, levando aproximadamente 2.5 bilhões de pessoas a aprenderem inglês. Esse crescimento se dará inclusive dentro dos países de fala inglesa devido ao aumento na imigração.
De acordo com a pesquisa, as principais causas que promoverão o crescimento no estudo da língua são:
- Bilhões de novas pessoas tendo acesso à internet numa velocidade muito mais rápida do que prevista pelos estudiosos.
- 80% das informações armazenadas na internet são em inglês e 51 % dos sites no mundo estão em inglês.
- Urbanização e aumento da classe média
- O mundo está se tornando cada vez mais urbanizado e com isso o aumento do consumo tem impactado cada vez mais o comportamento dos consumidores. O conceito da aldeia global tem feito com que o consumo em cidades que até pouco tempo tinham culturas mais rurais e locais sejam influenciadas pelas culturas globais.
- Inglês é a língua que domina as conversas globais
- Grande parte dos artigos acadêmicos, palestras, negociações, resoluções de conflitos, pesquisas científicas, amostras de artes, entretenimento, turismo etc… acontecem em inglês.
- A exigência por parte dos países anfitriões de imigrantes para o aprendizado do inglês.
- Estados Unidos, Canadá, Irlanda, Inglaterra e Austrália recebem anualmente milhares de pessoas por suas fronteiras que querem fazer uma vida lá. Por isso esses países estão não apenas exigindo, mas financiando o aprendizado do inglês como segunda língua. Só nos Estados Unidos cerca de 60% dos estudantes de escolas públicas falam inglês como segunda língua, o que aumenta a necessidade de aulas voltadas para esse público para que eles tenham o domínio da língua.
Diante disso, o Brasil continua com um tremendo desafio se queremos ter vantagem competitiva em todos esses cenários. A pergunta é, como podemos reverter esse déficit?
Nos próximos artigos quero apresentar uma série de ações que nós da The Immersion House estamos tomando e porque acreditamos que podemos virar o jogo.
E você, como está seu domínio da língua inglesa?
Teacher Sam